Sisal em carne viva. Poder, ciência e o problema do trabalho numa economia de plantação (Moçambique, C. 1930-1960)

Sisal em Carne Viva propõe olhar o colonialismo em Moçambique através da história do sisal, uma planta especialmente apta a desenvolver-se em solos áridos, e cuja fibra se tornara essencial à indústria cordoeira. Com a expansão da procura por sisal, na primeira metade do século XX, instituiu-se uma economia de plantação assente em trabalho africano forçado. Salvaguardados pelo valor cambial da exportação da fibra para a área dólar e pelo aspeto de modernidade das suas técnicas de produção, os plantadores de sisal ocuparam, durante a década de 1950, um lugar diferenciado na morfologia do poder colonial. Reconhecer este seu protagonismo, em vésperas do fim do Regime do Indigenato, permite-nos entrever como altos representantes do Estado intercederam pelos interesses do setor. E por que motivos o fizeram, tantas vezes à margem da regulamentação internacional do trabalho, e ainda que ao abrigo da retórica civilizacional com que justificavam a autoridade portuguesa sobre os territórios africanos. 

Autor: Inês Neto Galvão

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa

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